segunda-feira, 12 de junho de 2017

Luís Dill e Qorpo Santo

Após a leitura prévia da obra Qorpo Santo: Diabos e Fúrias, ocorrida em maio de 2017, do encontro de estudos entre os jovens da Escola de Ensino Médio Eraldo Giacobbe, com as mediadoras literárias Érica Machado Leopoldo e Beatriz Helena da Rosa Pereira, no dia 07 de junho na Sala de Leitura Erico Verissimo, chegou o dia de encontrar Luís Dill, o escritor. O “Diálogo com o Autor” aconteceu na sexta-feira, dia nove de junho, entre as 17 e as 20 horas na elegante livraria Vanguarda Técnicos.
O romance
Escrita por autor gaúcho – Luís Dill – a obra Qorpo Santo: Diabos e Fúrias é um romance que apresenta ao leitor em processo fragmentos interessantes da vida e obra de um dramaturgo gaúcho morto há 130 anos. Nomeado como precursor do “teatro do absurdo”, o escritor gaúcho que viveu entre 1829 e 1883, de acordo com Luís Dill, ainda merece muitos outros olhares e o dele, foi registrado em seu livro. A ausência do dramaturgo, poeta e escritor no calendário cultural sinaliza que este gaúcho de Triunfo ainda é – para não perder o jogo de palavras – um corpo estranho na literatura brasileira.
O mote para a escrita de Dill – um romance – foi a encenação, em 26 de agosto de 1966, de três peças de Qorpo-Santo em Porto Alegre. A histórica noite marcou a redescoberta do dramaturgo gaúcho, 100 anos depois que ele escreveu tais textos. Qorpo-Santo diabos e fúrias foi escrito com base naquela referida noite e com base na vida e na obra do dramaturgo. O livro apresenta uma estrutura diferenciada, com depoimentos de gente das letras e dos palcos, incluindo-se aí dois protagonistas da histórica noite: o diretor e o compositor da música de cena.
Quem foi Qorpo Santo?
José Joaquim de Campos Leão é um personagem real. Redescoberto por Aníbal Damasceno Ferreira por volta de 1950, o grande achado foi um volume com 17 peças que representa, até hoje, a parte mais conhecida da produção de Qorpo Santo, de acordo com Prikladnichi (ZH, 16/11/2013).
A primeira montagem de três de suas peças ocorreu em 1966: um sucesso de público e de crítica. A segunda encenação foi no Rio de Janeiro, em 1968. A partir disso, Qorpo Santo recebeu o título de precursor do teatro do absurdo, tornando “parcialmente obsoletos todos os livros de história da dramaturgia brasileira".
Diálogo com Luís Dill
No diálogo com o autor de Qorpo Santo: Diabos e Fúrias (Artes & Ofícios, 2017), o público pode conhecer detalhes de seu processo criativo, no qual recortes de jornais, pesquisa em arquivos e entrevistas com pessoas que de algum modo ocuparam-se do tema foram explicitadas. O grupo que ouviu Dill ficou encantado com a diversidade, qualidade e profundidade da pesquisa empreendida pelo autor porto-alegrense, que guarda em seu escritório, envelopes com material para cada um dos livros que escreveu ou pretende escrever.
Jornalista, premiado escritor gaúcho, Luís Dill é autor de mais de 50 livros para jovens e adultos. Um deles, porém, é para a infância: Arca de Haicais. Nele, uma arca - como e de Noé - apresentada através do formato Haicai, poema de origem japonesa que chegou ao Braisl nos anos 20 de século passado.
A Sala de Leitura e o Curso ofertado
O curso, que foi ofertado em quatro momentos (Inscrição online com limite de 50 vagas e gratuito; Leitura prévia; Estudos com mediadores e; Diálogo com o autor) teve 48 inscritos. Ocorreu na FaE e na Livraria Vanguarda. Após o encontro com Dill, novas ideias surgiram. Fique atento, em breve, elas estarão por aqui.
Para saber mais
Quer saber mais sobre Qorpo Santo? Leia o livro Qorpo Santo Diabos e Fúrias, de Luís Dill (Artes e Ofícios, 2017) ou clique em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2013/11/morto-ha-130-anos-o-escritor-qorpo-santo-continua-sendo-um-nome-a-ser-descoberto-4335955.html




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