Alessandra Steilmann
Cristina Maria Rosa
Quando eu era
pequena, minha Nonna nos dava dois reais para catar seus piolhos.
A Nonna não tinha
piolhos.
Mas gostava de
carinho.
Que penteássemos
seus cabelos...
Que a tocássemos.
Minha Nonna nos
dava dinheiro, uns trocados, para catar piolhos.
Para acarinhá-la
enquanto nos contava histórias.
Do seu tempo e de
sua meninice...
E isso me faz lembrar
Daniel Munduruku.
Ele disse que
“educar é como catar piolho na cabeça de criança”
E o que seria isso,
eu perguntaria, se estivesse em sua frente.
Antes de eu perguntar,
ele responde: “É preciso ter confiança, perseverança e certo despojamento”.
Mas Daniel, assim
como minha Nonna, sabe que é preciso, também, “conquistar a confiança de quem
se quer educar, para fazê-lo deitar no colo e ouvir histórias”.
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