quinta-feira, 16 de março de 2017

14, 15 e 16 de março: ouvindo Mia Couto

O projeto “Mia Couto: textos escolhidos” foi desevolvido nos dias 14, 15 e 16 de março de 2017, entre as 17 e as 19 horas, no pátio interno do Casarão 8 - Museu do Doce da UFPel.
A dinâmica empregada foi escolhida previamente, a partir de outras experiências do GELL - Grupo de estudos em Leitura Literária (FaE/UFPel). Apoiado pelo PET Educação, a atividade é constituída de leitura e diálogo sobre contos escritos por Mia Couto.
Descrição do Projeto:
O curso curto “Mia Couto: textos escolhidos” partiu de escolhas pessoais de três leitoras de Mia Couto: Márcia Duarte, Beatriz Pereira e Cristina Rosa. Com critérios próprios, as três mulheres acordaram o quê ler para o público e a ordem das leituras.
Os fragmentos literários poéticos e narrativos do escritor moçambicano nascido António Emílio Leite Couto, foram apresentados a um público fiel e pontual.
O presente foi o clima: apesar de ainda verão, as tardezinhas se comportaram como outonais e, ao som dos ventos anunciando abril, Mia foi ouvido, chorado, aplaudido, silenciado. Esses sons e silêncios foram intecadlados por um café servido aos participantres pela equipe organizadora: água saborizada, sequilhos e bombons, delicadezas para melhor receber a todos.
Integrado a outras iniciativas do GELL e da Sala de Leitura Erico Verissimo, o curso tem como foco apresentar aos participantes fragmentos de obras do escritor moçambicano Mia Couto. Admirador que é de nossos grandes e cultuados escritores, entre eles Guimarães Rosa, o curso é uma continuidade à primeira iniciativa ocorrida em 2017, que teve como escritor estudado o romancista José Saramago.
Ler “Textos escolhidos” referenda o desejo de aprender a apreciar os escritos e a leitura de autores em língua portuguesa objetiva  dar a conhecer textos literários de qualidade.
Ao realizar leituras orais e comentadas de autores de além mar, em língua portuguesa, pretendemos reunir leitores e apreciadores de literatura e utilizar um espaço da universidade, público, portanto para ler para a cidade.

O programa: Datas, temas e textos:
14/03: Cristina Maria Rosa e a literatura para crianças de Mia Couto
Textos: O adiado avô (conto)
Sapatos de tacão alto (conto).
15/03: Beatriz Helena da Rosa Pereira: Contos e um ensaio de Mia Couto;
Textos: O menino que escrevia versos (conto), A menina sem palavra (conto) e Quebrar armadilhas (ensaio).
16/03: Márcia Duarte e os textos para adultos de Mia Couto.
Texto: E se Obama fosse africano?
Micropolíticas de Leitura

O curso de três dias integra as Micropolíticas de Leitura da Sala de Leitura Erico Verissimo em 2017 e é destinado ao público em geral. As inscrições, gratuitas, foram realizadas pelo e-mail cris@ufpel.cthe.br

Coordenação: Cristina Maria Rosa.
Docente no Departamento de Ensino da FaE/UFPel.
Coordenadora do GELL e Tutora PET Educação gestão 2016-2019.
Cinara, Márcia, Cristina, Ieda, Tica e Rafaela.
Foto: Alex Nunes
Equipe: 
Alex Nunes
Cinara Postringer
Érica MacLeo
Ieda Kurtz
Rafaela Camargo
Tamires Machado

quarta-feira, 15 de março de 2017

Memorail descritivo: o restauro na Biblioteca Cristina Maria Rosa

Durante o restauro do espaço que se tornou Bibliteca na E.E.E.F. Fernado Treptow, entre abril e novembro de 2016, o GELL - Grupo de Estudos em Leitura literária - produziu dois documentos: um escrito, como um relatório dia-a-dia das ações e impressoes de cada um  dos participantes acerca do que ocorria e um registro digital de imagens, feita através do celular.
Para acessar o documento escrito, escreva para cris@ufpel.tche.br e solicite compartilhamento.

terça-feira, 14 de março de 2017

O que ler para meninas?

Há no mercado editorial brasileiro, uma série de livros interesantes, que tratam de questões de gênero e que podem ser lidos para meninas e meninos.
Em março de 2017, fui convidada a recomendar uma lista: os meus prediletos para abordar temas e tramas que supostamente educariam meninas e as tornariam mais fortes, independentes, autônomas, livres, conscientes.
É uma tarfa difícil, umavez que livros são possibilidades, não certezas. Mesmo assim, ousei criar uma lista.
Nela há livros que têm em comum, temas ou protagonistas meninas, mocinhas ou mulheres que extrapolam os clássicos papeis destinados culturalmente ao gênero feminino. Na construção dessas personagens e tramas, os autores e autoras, apresentam ao leitor, perfis, ideias, tramas e desfechos inusitados, inteligentes, bem humorados, afetivamente includentes e com lógicas não violentas.
Lembre, um clássico "é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer", como afirma Ítalo Calvino. Então, cada uma das obras aqui inseridas, pode se lida muitas vezes e para diferenciados públicos.
O convite veio do Programa Tons e Letras. Ele vai ao ar às 11 horas dos sábados, na FM Cultura de Porto Alegre. Depois da entrevista, Luis Dill, o jornalista responsável, enviou o link do programa e eu compartilho contigo.
 Clique aqui para escutar: Dica Cristina Rosa 11-03-17.mp3

domingo, 12 de março de 2017

Mia Couto: textos escolhidos

O projeto “Mia Couto: textos escolhidos” será ofertado gratuitamente pelo PET Educação nos dias 14, 15 e 16 de março de 2017, entre as 17 e as 19 horas. É constituído de leitura e diálogo sobre contos escritos por Mia Couto e terá como local o Auditório do Museu do Doce, no centro histórico de Pelotas, RS. Leia, a seguir, dados da proposição e conheça os textos que serão apresentados nestes três dias intensos.
Descrição do Projeto:
O curso curto “Mia Couto: textos escolhidos” constitui-se de leituras públicas de fragmentos literários poéticos e narrativos do escritor moçambicano nascido António Emílio Leite Couto. Será de responsabilidade do PET Educação e ofertado pelo GELL – Grupo de Estudos em Leitura Literária da FaE/UFPel.
Integrado a outras iniciativas do GELL e da Sala de Leitura Erico Verissimo, o curso tem como foco apresentar aos participantes fragmentos de obras do escritor moçambicano Mia Couto em língua portuguesa. Dando continuidade à primeira iniciativa ocorrida em 2017, que teve como escritor estudado o romancista José Saramago, a proposta é ler “Textos escolhidos” para aprender a apreciar os escritos de Mia Couto. A leitura de autores em língua portuguesa objetiva  dar a conhecer textos literários de qualidade; realizar leituras orais e comentadas de autores de além mar, em língua portuguesa; reunir leitores e apreciadores de literatura; utilizar para tal um espaço da universidade, público, portanto; e ler para a cidade.

Datas, temas e textos:
14/03: Cristina Maria Rosa e a literatura para crianças de Mia Couto
Textos: O adiado avô (conto) e Sapatos de tacão alto (conto).
15/03: Beatriz Helena da Rosa Pereira: Contos e um ensaio de Mia Couto;
Textos: O menino que escrevia versos (conto), A menina sem palavra (conto) e Quebrar armadilhas (ensaio).
16/03: Márcia Duarte e os textos para adultos de Mia Couto.
Texto: E se Obama fosse africano?
O curso de três dias integra as Micropolíticas de Leitura da Sala de Leitura Erico Verissimo em 2017 e é destinado ao público em geral. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo e-mailcris@ufpel.cthe.br

Coordenação: Cristina Maria Rosa.
Docente no Departamento de Ensino da FaE/UFPel.
Coordenadora do GELL e Tutora PET Educação gestão 2016-2019.
Equipe:
Cinara Postringer
Érica Machdo Leopoldo
Ieda Kurtz
Rafaela Camargo
Alex Nunes
Tamires Machado



quarta-feira, 8 de março de 2017

8 de março: Dia de ler para meninas

O evento Leituras para meninas ocorreu no dia 08 de março de 2017, entre as 9  e as 11 horas da manhã, na Biblioteca Cristina Maria Rosa, que se localiza na Escola Estadual de Ensino Fundamental Fernando Treptow, Bairro Fragata. Neste dia, o GELL – Grupo de Estudos em Leitura Literária da FaE/UFPel – realizou leituras públicas de obras literárias infanto-juvenis de escritoras brasileiras e não só.
As obras foram escolhidas por terem, em seu universo ficcional, protagonistas meninas e mocinhas que não esperam o príncipe encantado resolver seus problemas. São personagens inspiradoras, que se responsabilizam por si mesmas, propõem saídas inusitadas para velhos problemas e são bem humoradas.
A programação, apoaida pelo PET Educação, foi ofertada às meninas do 9º ano da Escola e será estendida as demais no decorrer de março e abril, pois o Grupo de Estudos em Leitura Literária descobriu que o tempo necessário para a leitura, posterior diálogo e bate-papo no café envolve bem mais que meia hora. Na quarta-feira, apenas dois grupos de meninas puderam participar. São meninas inteligentes, alegres, que cuidam da aparência, e que estiveram muito concentradas durante as leituras.

A atividade foi acompanhada pelo PET GAPE, representado pela tutora, professora Líliam Lorenzato e estudantes Jéssica e Camila que aproveitaram para criar um documentário sobre o programa “Leituras para meninas”.
Além disso, a estudante de Pedagogia Rafaela Camargo filmou toda a atividade, criando mais um registro do ocorrido.
Após um café com guloseimas, as meninas foram convidadas a assinarem o livro de presenças.
Entre as leituras escolhidas para as meninas, os seguintes títulos:
ü A bailarina, de Vinícius de Moraes;
ü As meninas, de Cecília Meireles;
ü Uma Chapeuzinho vermelho, de Marjolaine Leray;
ü A Zeropeia, de Betinho;
ü O Príncipe que Bocejava, de Ana Maria Machado.
A justificativa para a oferta desse dia especial às meninas é que a leitura de textos sobre personagens femininas desde a infância empodera as meninas e pode inspirá-las a serem protagonistas das próprias vidas.
Integrando um grupo de atividades pensadas para o Dia Internacional da Mulher, o Leitura para meninas vai ser ofertado durante todo o ano de 2017 na Escola Fernando Treptow. Apareça!

segunda-feira, 6 de março de 2017

Mulheres leem Mulheres no Dia Internacional da Mulher


Dia 08 de Março
Dia Internacional da Mulher
Acompanhe aqui o que a Sala de Leitura Erico Verissimo, apoiada pelo PET Educação preparou para comemorar esse dia tão importantre.
Teve leitura para meninas pela manhã, defesa de projeto de dissertação à tarde e leitura para mulheres à noitinha.
A seguir, o programa que occorreu no Museu do Doce entre as 17 e as 19 horas...

Mulheres leem mulheres.
Complemento: Leitura e diálogo sobre contos e poemas escritos por mulheres.
Público: Cidade de Pelotas
Local: Museu do Doce Casarão 8
Data: Dia 08/03/2017, Dia Internacional da Mulher
Hora: das 17 às 19 horas.

Descrição do Projeto
O evento Mulheres leem Mulheres constitui-se de leituras públicas de fragmentos literários (poéticos e narrativos) de escritoras brasileiras e não só. Será de responsabilidade do GELL - Grupo de Estudos em Leitura Literária da FaE/UFPel – e está integrado a outras atividades pensadas para o dia 08 de março que serão desencadeadas pela Faculdade de Educação. Destinado ao público em geral (cidade de Pelotas), as inscrições serão gratuitas e a participação certificada.
Justificativa
Integrado a uma data especial e tendo como foco a leitura literária, ler publicamente tem sido a ênfase do GELL - Grupo de Estudos em Leitura Literária da FaE/UFPel. A leitura de autoras mulheres, por mulheres que amam ler e para a cidade inclui cinco objetivos:
ü    ler textos literários de qualidade;
ü    ler mulheres;
ü    reunir mulheres leitoras;
ü    ler em um espaço da universidade;
ü    ler para a cidade.
Essa agregação de valores constitui, por si só, a justificativa de relevância do evento.
Sinopse
Leitura literária de textos poéticos e/ou narrativos de escritoras mulheres.
Ficha Técnica
Leitora: Beatriz Helena da Rosa Pereira (licenciada em Letras e Mestre em Literatura).
Texto: Poemas de Wislawa Chemborska.
Leitora: Maristela Gonçalves Sousa Machado (Professora de Literatura Francesa na UFPEL).
Textos: Florbela Espanca e Silvia Plath.
Leitora: Cristina Maria Rosa (Pedagoga e Doutora em Educação).
Texto: Poemas de Cecília Meireles.
Leitora: Érica Machado Leopoldo (Licenciada em Filosofia, Estudante de Pedagogia e integrante do GELL).
Texto: Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector.
Leitora: Patrícia Feijó (Historiadora, Especialista em Educação).
Texto: Cenozóica era e A medonha, de Leida lusmar.
Leitora: Márcia Duarte (Pedagoga, Especialista em Letras).
Texto: Narrativas de Chimamanda Ngozi Adichie.
A equipe que organizou o evento (Cristina, Tica, Patrícia, Érica, Ieda, Cinara, Rafaela e Tamires) agradeçe a todas as presentes e promete repetir o feito em 2018.
Foi um dia Lindo!!! 

Leituras para Meninas: uma brincadeira no dia internacional da mulher...

Dados da Proposta
Coordenação: Drª Cristina Maria Rosa
Docente no Departamento de Ensino da Faculdade de Educação/UFPel.
Foco: Leitura e diálogo de poesias e contos em que a personagem principal é uma menina.
Público: Meninas do 7º, 8º e 9º ano da E.E.E.F. Fernando Treptow
Espaço: Biblioteca Cristina Maria Rosa
Data: 08/03/2017, Dia internacional da Muher, entre as 9 às 11 horas

Descrição:
O evento Leituras para meninas constitui-se de leituras públicas de obras literárias infanto-juvenis de escritoras brasileiras e não só. As obras foram escolhidas por terem, em seu universo ficcional, protagonistas meninas, mocinhas e ou mulheres que não esperam o príncipe encantado resolver seus problemas. São personagens inspiradoras, que se responsabilizam por si mesmas, propõem saídas inusitadas para velhos problemas e são bem humoradas. Será desenvolvido pelo GELL - Grupo de Estudos em Leitura Literária da FaE/UFPel – e está integrado a outras atividades pensadas para o Dia Internacional da Mulher que serão desencadeadas pela Faculdade de Educação. Destinado às meninas do 7º, 8º e 9º ano da E.E.E.F. Fernando Treptow, ocorrerá na manhã do dia 08/03/2017, na Biblioteca Cristina Maria Rosa.
 
Leituras para meninas: ficha técnica
1.    Cinara Postringer: A bailarina, de Vinícius de Moraes e As meninas, de Cecília Meireles;
2.    Cristina Rosa: Pandolfo Bereba, de Eva Furnari;
3.    Érica Machado Leopoldo: Uma Chapeuzinho, de Marjolaine Leray;
4.    Rafaela Canez Camargo: Ervilina e o princês, de Sylvia Orthof;
5.    Tamires Machado: Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector;
6.    Ieda Kurtz: O Príncipe que Bocejava, de Ana Maria Machado.

4 - Justificativa
Integrado a uma data especial e tendo como foco a leitura literária, ler publicamente tem sido a ênfase do GELL - Grupo de Estudos em Leitura Literária da FaE/UFPel. A leitura de textos sobre personagens femininas desde a infância empodera as meninas e pode inspirá-las a serem protagonistas das próprias vidas. Os objetivos do grupo são:
ü    ler textos literários de qualidade;
ü    ler mulheres para meninas;
ü    reunir meninas e mulheres leitoras;
ü    ler em um espaço escolar;
ü    ler e brincar de pensar.


sábado, 4 de março de 2017

GELL é notícia no Diário Popular em 05/03/2017

Em 04-05/03/2017, O GELL foi notícia no Diário Popular. Leia a matéria publicada lá...

A inspiração que vem das heroínas

Pedagogas propõem diálogo sobre as questões de gênero com meninas do Ensino Fundamental por meio da literatura.
Por: Ana Cláudia Dias
anacl@diariopopular.com.br 



Futuras educadoras se propõem a ler para os pequenos histórias que fazem pensar. (Foto: Divulgação)
Futuras educadoras se propõem a ler para os pequenos histórias que fazem pensar. (Foto: Divulgação)
Cristina Rosa diz que livros ajudam a educar com mais delicadeza. (Foto: Jerônimo Gonzalez)
Cristina Rosa diz que livros ajudam a educar com mais delicadeza. (Foto: Jerônimo Gonzalez)
Pesquisa de autores  e obras já tem mais de 20 anos na FaE/UFPel. (Foto: Jerônimo Gonzalez)
Pesquisa de autores e obras já tem mais de 20 anos na FaE/UFPel. (Foto: Jerônimo Gonzalez)
  Nesta quarta-feira as questões do feminino servirão de tema para muitas conversas. Debates estes fomentados pelo Dia Internacional da Mulher, data celebrada há exatos 40 anos. Em Pelotas uma extensa programação traz à tona diferentes abordagens a assuntos que ainda precisam ser tratados, a exemplo de sexualidade, discriminação, trabalho e renda e violência, entre outros. A arte e o fazer artístico também se apresentam para contribuir com esta discussão. Uma destas ações culturais ocorrerá dia 8 mesmo e é promovida pelo Grupo de Estudos em Leitura Literária (Gell/FaE/UFPel) e se integra a outras atividades desencadeadas pela Faculdade de Educação.
        Na quarta-feira pela manhã, das 9h às 11h, será desenvolvido o projeto Leituras para Meninas, que pretende abordar, por meio da literatura, algumas das temáticas que afetam adolescentes e pré-adolescentes. A atividade será na biblioteca Cristina Maria Rosa, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Fernando Treptow, no Fragata. O público-alvo é de alunas dos 7º, 8º e 9º anos.

O grupo de leitoras de histórias também estará em ação à tardinha, com leitura aberta ao público para mulheres com textos de autoras. O horário e o local, até o fechamento desta edição, não foram confirmados.

Sem violência

A professora Cristina Maria Rosa, que atua na área da Literatura para Crianças há 25 anos na FaE/UFPel, diz que os textos selecionados fogem ao universo ficcional do príncipe e da princesa e colocam meninas ou mulheres como protagonistas. “São textos que extrapolam os papéis clássicos destinados culturalmente ao gênero feminino.”
O desejo de levar novos subsídios literários especialmente às meninas da Fernando Treptow surgiu no ano passado, quando a professora e suas alunas da Pedagogia organizavam a Biblioteca.
Cristina Rosa e as estudantes perceberam no comportamento das meninas pré-adolescentes a entrada no “mundo do poder” de forma preocupante.
A professora e seu grupo fazem relatos de violência entre meninos e meninas. “Elas têm tanta força quanto, ou pensam que têm e resolvem os conflitos do mesmo modo que os meninos, batendo, empurrando, xingando. Não que isto seja necessariamente um problema, mas para mim é muito estranho que nós não tenhamos nada a oferecer para este lugar masculino ocupado pela violência”, diz a professora.
Para Cristina, é importante dar subsídios as estas meninas para que elas possam ofertar, para elas mesmas e para os meninos, saídas para os conflitos de forma mais emocional, criativa e menos violenta. “Pensei que podemos ofertar o que nós temos, que são histórias em que os personagens principais são meninas, mocinhas ou mulheres. E que trazem saídas inusitadas para as narrativas clássicas, mais inteligentes, sem destruir o outro, seja ele homem ou mulher”, sugere.
Outra preocupação é quanto à sexualidade, precocemente aflorada. O tema é abordado entre as jovens durante os intervalos das aulas  e despertou o desejo de pensar, junto com elas, sobre a temática. Segundo a Pedagoga, essas questões não podem estar somente no pátio se elas integram o grupo de interesses das meninas: “A Universidade pode aportar saberes para que eles possam dialogar de maneira mais aprimorada. Ou vamos deixar isto só para o recreio, para os momentos de afrontamento, quando elas se veem soltas dos limites da sala de aula? Ali, no pátio, ocorre o que realmente elas estão interessadas em discutir.”
Para os pequenos
Apesar de apostar na literatura infanto-juvenil como um recurso para alavancar as discussões em sala de aula, Cristina Rosa, doutora em Educação, com pós-doutorado em Estudos Literários para a Infância, conta que somente nas últimas quatro décadas os autores brasileiros passaram a trazer mais fortemente as questões humanas para os livros dos mais jovens. “Na Europa estes temas já estão na literatura infanto-juvenil, há mais tempo”, diz.
Desde que a literatura infantil brasileira saiu de uma proposição mais rural, caso de Monteiro Lobato, e ingressou na vida urbana - no final dos anos 1930, quando surgiram os primeiros personagens das cidades - é que temas políticos e sociais brasileiros apareceram em forma de livros para os pequenos. Entre os destaques está Bisa Bia, Bisa Bel (1981), de Ana Maria Machado, que passa a discutir a condição humana e urbana para meninos e meninas. “Antes, não se discutia o íntimo dos personagens, eram príncipes, princesas e aventuras.”
Grupo
Capitaneando o grupo de literatura e leitura há quase 20 anos, Cristina Rosa dedicou-se a estudar a área da literatura. Paralelamente criou na Universidade um grupo que leva às escolas esse aporte teórico e metodológico, ou seja, quais obras e como ler, e que está apto a apresentar um livro às crianças em qualquer ambiente - escolas e feiras: “Elas leem livros, não contam histórias.”